21 Maio 2009 - 14h07
Irlanda: Relatório da comissão que investigou durante nove anos
Milhares agredidos por padres e freiras
A Igreja Católica fechou os olhos enquanto milhares de crianças eram sexualmente abusadas e submetidas a maus tratos por parte de padres e freiras em instituições na Irlanda.
Esta é a principal conclusão de uma investigação de nove anos levada a cabo pela Comissão para Abusos de Crianças, criada em 2000 pelo então primeiro-ministro irlandês Bertie Ahern na sequência de um documentário transmitido na televisão.
O longo relatório com 2500 páginas foi revelado ontem (será publicado em Julho) e expõe todo um catálogo de abusos sexuais, físicos e emocionais infligidos a mais de 35 000 crianças – pobres, negligenciadas, abandonadas e órfãs – por membros de ordens religiosas, mas também por funcionários (minoria) em escolas, orfanatos, reformatórios e hospitais. Também mães solteiras colocadas pelas famílias em instituições designadas por Magdalene Laundries sofreram maus tratos.
Os abusos ter-se-ão iniciado na década de 40 ou mesmo antes. A Comissão investigou mais de cem instituições e ouviu 2500 vítimas. Em 2003 foi publicado um relatório preliminar que dava conta das barbaridades cometidas nestas casas de horror. As crianças eram chicoteadas e espancadas com bastões e até com instrumentos agrícolas. Por vezes apenas por falarem durante a refeição ou por serem canhotas. Quanto aos abusos sexuais iam desde interrogatórios sobre a actividade sexual das vítimas, inspecção e apalpação dos órgãos genitais a beijos, masturbação, sexo oral, violação e violação em grupo.
A Comissão só identificará os nomes dos abusadores já condenados. Alguns já morreram. Entre ordens investigadas figuram as das Irmãs da Nossa Senhora da Caridade, Irmãos Cristãos, Irmãs da Misericórdia e Oblatas da Maria Imaculada.
Sabrina Hassanali com agências
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